quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Aves no Arrozal do Marcão

Nasci em Tremembé, SP, em uma fazenda antigamente pertencente a japoneses da Família Kanegae. Meu avô adquiriu essa fazenda há muitos anod e então ela passou a se chamar Fazenda Nabor, em referência ao nome do meu avô, Nabor Antônio Crozariol. Embora todas a chamam de Fazenda Kanegae, e na verdade assim também eu prefiro!
Desde criança eu andava no meio das enormes plantações de arroz do tipo irrigado que minha família plantava...no início por gostar de estar no meio da natureza e por adorar me sujar naquele barro tão atraente e acolhedor (e que me rendia muitos chingos em casa)!!! Atualmente a minha paixão pelas Aves faz eu olhar o arrozal de outra forma, embora eu ainda adore me sujar naquele barro (he he)!
Quando comecei as primeiras observações da avifauna o primeiro e mais próximo local que encontrei para isso foi justamente, o arrozal! Me lembro que ficava totalmente atrapalhado e confuso em tentar solucionar um grande problema na época: Porque algumas garçinhas tinham o bico amarelado e robusto e outras o bico preto e fino? Será que uma delas era jovem da outra? Não! Descobri que se tratavam de duas espécies, a primeira era a Bubulcus ibis (garça-vaqueira) e a segunda era a Egretta thula (garça-branca-pequena). Uallll, minha nossa, parece que eu havia acabado de descobrir uma nova espécie de ave para o Brasil!!!




Egretta thula, garça-branca-pequena



Bubulcus ibis, garça-vaqueira


Com o tempo fui aprendendo a identificar as espécies e então a catalogar todas elas...cada nova espécie que entrava na lista era (e ainda é) uma grande euforia!!! Não só por eu ver uma nova espécie, mas porque ela estava alí, no "quintal de casa". Até hoje mostro algumas fotos de espécies que são normalmente observadas no arrozal para amigos e pessoas da família, e elas ficam espantadas em saber que aquelas aves sempre estiveram por alí e elas nunca viram, ou repararam nelas.

Hoje, graças a Deus, toda a dedicação que sempre tento dar as aves e ao arrozal está tendo ótimos retornos. Muitos observadores me procurar para saber qual a melhor época para observar determinada espécie no local, ou todas as possiveis. Alguns nem acreditam que possa ser capaz de observar tantas espécies em um ambiente daquele, todo antropizado!

Ainda hoje algumas espécies novas entram na lista do local, que ficou conhecido por todos como o "Arrozal do Marcão". E aproveito aqui para agradecer a todos que de alguma forma me ajudam ou me ajudaram a divulgar o local e a observação de aves em arrozais. Meu muito obrigado!!!

Também quero dizer que a presença de todos sempre será bem vinda aqui!!! As aves "caipiras" te aguardam..

Clube de Observadores de Aves do Vale do Paraíba, SP (COAVAP)


Esse Clube vem sendo aos poucos estruturado, e as necessidades legais para o devido registro estão sendo realizados. O Clube conta atualmente com 8 membros:

Marcelo Barreiros
Marco A. Crozariol
Jão G. Cunha
Rodrigo Dela Rosa
Rafael Fortes
Felipe Bittioli
Gabriel A. Leite
Lucas Valério
Caso queira fazer parte do Clube entre em contato: marcocrozariol@gmail.com

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Áreas Importantes para a Conservação das Aves do Brasil - Vale do Paraíba Paulista

  • Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis (23º09'S, 44º46'W): Possue um inventário ornitológico representativo. Cerca de 150.000 ha. Nos municípios de Paraty, Angra dos Reis (RJ) e Cunha, Areias, São José do Barreiro e Bananal (SP). Protegido parcialmente. Estão dentro dessa área: Parque Nacional da Serra da Bocaina (proteção integral com 110.000 ha), Reserva Ecológica de Juatinga (proteção integral com 8.000 ha), Estação Ecológica de Bananal (proteção integral com 884 ha) e a APA de Cairuçu (de uso sustentável com 32.688 ha).
  • Serra da Mantiqueira (22º40'S, 45º29'W): Com inventário ornitológico preliminar. Cerca de 95.000 ha. Nos municípios de Campos do Jordão, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Piquete, Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz (SP) e Piranguçu e Passa Quatro (MG). Protegido parcialmente. Estão dentro dessa área: Parque Estadual de Campos do Jordão (proteção integral com 8.386 ha), Parque Estadual Mananciais de Campos do Jordão (proteção integral com 23.000 ha), Floresta Nacional de Passa Quatro (de uso sustentável com 345 ha), APA Serra da Mantiqueira (de uso sustentável com 422.873 ha), APA Federal Mananciais do Vale do Paraíba (de uso sustentável com 367.000 ha), APA Estadual Campos do Jordão (de uso sustentável com 28.800 ha) e APA Estadual Sapucaí-Mirim (de uso sustentável com 39.800 ha).
  • São Francisco Xavier/Monte Verde (22º54'S, 46º02'W): Com inventário ornitológico preliminar. Tamanho da área não designado. Nos municípios de São José dos Campos e Joanópolis (SP) e Camanducaia e Sapucaí-Mirim (MG). Não é uma área protegida. Estão dentro dessa área: APA Mananciais do Vale do Paraíba do Sul (de uso sustentável ocm 367.000 ha) e a APA Estadual de São Francisco Xavier (de uso sustentável e de tamanho não designado).
  • Parque Estadual da Serra do Mar: entre Caraguatatuba e Picinguaba (23º24'S, 4516712'W): Possue um inventário ornitológico representativo. Cerca de 85.000 ha. Nos município de Caraguatatuba, Natividade da Serra, São Luís do Paraitinga, Cunha e Ubatuba. Protegido parcialmente. Estão dentro dessa área: Parque Estadual da Serra do Mar (proteção integral e 315.390 ha) e Parque Nacional da Serra da Bocaina (proteção integral com 110.000 ha).

Dados retirados, e com todos direitos reservados, do livro: Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil: Parte I - Estados do Domínio da Mata Atlântica. 2006. Organizadores: Glayson A. Bencke, Giovanni N. Mauriciu, Pedro F. Develey e Jaqueline M. Goerck. Ed. SAVE Brasil, 494p.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Lista Aves do Vale do Paraíba Paulista

Segue abaixo uma pequena lista sobre as Aves no Vale do Paraíba Paulista. Claro que ainda muitas referências estão faltando, porém a maioria dos artigos relacionados diretamente a avifauna dessa região já estão aqui inseridos. Quero resaltar ainda que SÓ estão inseridas aqui as espécies que foram citadas em artigos científicos. Em breve pretendo agrupar todos os registros da região sparados por municípios!!!
Aves Fósseis

Teratornithidae
Taubatornis campbelli (15)
Anseriformes - Anhimidae
Chaunoides antiquus (8), (9)
Phoenicopteriformes - Phoenicopteridae

Agnopteris sicki (1), (14), (18)

Phoenicopteriformes - Palaelodidae

Palaelodus sp. (1), (8), (14), (18)

Cathartiformes - Cathartidae

Brasilogyps faustoi (1), (8), (15), (17)

Gruiformes - Phorusrhacidae

Paraphysornis brasiliensis (1), (8), (11), (12), (13), (17)

Gruiformes - Rallidae

Taubacrex granivora (1), (8), (14), (16)

Galliformes - Quercymegapodiidae

Ameripodius silvasantosi (1), (8), (14)



Aves Atuais

Anseriformes - Anatidae

Dendrocygna bicolor (5)

Dendrocygna viduata (5)

Dendrocygna autumnalis (5)

Sarkidiornis sylvicola (5)

Callonetta leucophrys (1), (5)

Amazonetta brasiliensis (5), (21)

Netta erythrophthalma (1), (5), (25)

Netta peposaca (1), (5)

Nomonyx dominica (5)

Ciconiformes - Ardeidae

Botaurus pinnatus (4), (22)

Ixobrychus exilis (1), (4)

Ixobrychus "neoxenus" (4)

Ixobrychus involucris (4)

Butorides striata (4)

Bubulcus ibis (1), (3), (4), (21)

Ardea alba (4)

Syrigma sibilatrix (21)

Egretta thula (4)

Falconiformes - Accipitridae

Rostrhamus sociabilis (21)

Heterospizias meridionalis (21)

Harpyhaliaetus coronatus (x)

Parabuteo unicinctus (25)

Falconiformes- Falconidae

Caracara plancus (20)

Milvago chimachima (21)

Gruiformes - Rallidae

Coturnicops notatus (6)

Laterallus melanophaius (6)

Laterallus leucopyrrhus (6)

Porzana flaviventer (6)

Porzana albicollis (6), (21)

Pardirallus maculatus (6)

Pardirallus nigricans (6)

Pardirallus sanguinolentus (6)

Gallinula chloropus (6)

Porphyrio martinica (6)

Charadriiformes - Charadriidae

Vanellus chilensis (21)

Charadriiformes - Scolopacidae

Calidris minutilla (24)

Charadriiformes - Jacanidae

Jacana jacana (21)

Columbiformes - Columbidae

Columbina talpacoti (21)

Patagioenas picazuro (2), (5)

Patagioenas cayennensis (2)

Geotrygon montana (7)


Cuculiformes - Cuculidae

Coccyzus americanus (3)

Strigiformes - Strigidae

Athene cunicularia (21)

Caprimulgiformes - Caprimulgidae

Nyctidromus albicollis (10)

Apodiformes - Apodidae

Streptoprocne zonaris (21)

Apodiformes - Trochilidae

Phaethornis pretrei (7)

Thalurania glaucopis (7)

Amazilia versicolor (7)

Passeriformes - Thamnophilidae

Thamnophilus caerulescens (7)

Dysithamnus mentalis (7)

Myrmotherula gularis (7)

Pyriglena leucoptera (7)

Passeriformes - Formicariidae

Chamaeza campanisona (7)

Passeriformes - Dendrocolaptidae

Dendrocincla sp. (7)

Xiphorhynchus fuscus (7)

Xiphorhynchus guttatus (7)

Passeriformes - Furnariidae

Oreophylax moreirae (25)

Synallaxis ruficapilla (7)

Anabazenops fuscus (7)

Automolus leucophthalmus (7)

Leptasthenura setaria (19)

Passeriformes - Tyrannidae

Mionectes oleagineus (7)

Mionectes rufiventris (7)

Elaenia sp. (7)

Platyrinchus mystaceus (7)

Onychorhynchus coronatus (7)

Myiobius barbatus (7)

Xolmis cinereus (21)

Tyrannus melancholicus (21)

Fluvicola nengeta (5)

Passeriformes - Pipridae

Ilicura militaris (7)

Chiroxiphia caudata (7)

Passeriformes - Tityridae

Schiffornis virescens (7)

Pachyramphus castaneus (7)

Passeriformes - Vireonidae

Cyclarhis gujanensis (7)

Passeriformes - Corvidae

Cyanocorax cristatellus (5)

Passeriformes - Hirundinidae

Stelgidopteryx ruficollis (21)

Progne tapera (21)

Tachycineta leucorrhoa (21)

Passeriformes - Turdidae

Turdus rufiventris (7)

Turdus leucomelas (7)

Turdus amaurochalinus (7)

Turdus albicollis (7)

Passeriformes - Thraupidae

Habia rubica (7)

Tachyphonus coronatus (7)

Passeriformes - Emberizidae

Volatinia jacarina (21)

Sporophila caerulescens (21)

Passeriformes - Cardinalidae

Saltator similis (7)

Passeriformes - Parulidae

Basileuterus culicivorus (7)

Passeriformes - Icteridae

Chrysomus ruficapillus (5), (21)

Sturnella superciliaris (5), (21), (23)

Passeriformes - Fringillidae

Euphonia pectoralis (7)

(1) Sick 1997; (2) Willis e Oniki 1987; (3) Willis e Oniki 1985; (4) Teixeira e Alvarenga 1985; (5) Alvarenga 1990b; (6) Teixeira e Puga 1984; (7) Toledo e Matsushita 1996; (8) Alvarenga e Höfling 200; (9) Alvarenga 1999; (10) Alvarenga 1999; (11) Alvarenga 1982; (12) Alvarenga 1993; (13) Alvarenga e Höfling 2003; (14) Alvarenga 1995; (15) Olson e Alvarenga 2002; (16) Alvarenga 1988; (17) Alvarenga 1985; (18) Alvarenga 1990; (19) Antunes, et al., 2007; (20) Crozariol e Gomes 2009; (21) Crozariol 2008a; (22) Crozariol 2008b; (23) Crozariol 2009a; (24) Crozariol 2009b; (25) Willis e Oniki 1993.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Vale do Paraíba Paulista: Geral




A Bacia do Vale do Rio Paraíba do Sul é uma região entre leste do Estado de São Paulo e sul do Estado do Rio de Janeiro que encontra-se entre as Serras do Mar e Mantiqueira sendo consideradas umas das quatro Bacias prioritárias pela Agencia Nacional de Águas (ANA) (Simões & Barros, 2005).
Fazem parte da região do Vale do Paraíba Paulista os município de:
Aparecida, Arapeí, Areias, Bananal, Caçapava, Cachoeira Paulista, Canas, Cruzeiro, Cunha, Guaratinguetá, Guararema, Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinhas, Lorena, Monteiro Lobato, Natividade da Serra, Paraibuna, Pindamonhangaba, Piquete, Potim, Queluz, Redenção da Serra, Roseira, Salesópolis, Santa Branca, Santa Isabel, São José do Barreiro, São José dos Campos, São Luís do Paraitinga, Silveiras, Taubaté e Tremembé.


A região do Vale do Paraíba teve seu desenvolvimento iniciado a partir do século XIX com a expansão agrícola da cana-de-açúcar e, posteriormente, em maior escala com o cultivo do café (Abreu, 1991). No entanto, as atividades agrícolas, naquele período, se desenvolviam nos morros e encostas; já a região de várzea era uma área improdutiva, mas que hoje é a parte onde se encontram as terras mais agricultáveis do Vale (Marcondes, 2000).
O Vale do Paraíba passou por inúmeras mudanças, sendo uma dessas grandes modificações foi à retificação do curso do Rio Paraíba, por volta dos anos de 1950, e a abertura de canais das áreas de planície aluvial, eliminando o problema das enchentes e viabilizando a agricultura na região de várzea (Marcondes, 2000; Prado, 2005; Simões & Barros, 2005). E aproximadamente desde a década de 80, o Rio Paraíba vem sofrendo intenso impacto da atividade mineraria ao longo de suas margens.




Referências:


_Abreu, M. M. 1991. Taubaté: de núcleo irradiador de bandeirismo a centro industrial e universitário do Vale do Paraíba. Edição do autor. 142 p.


_Marcondes, J. M. P. 2000. O Visconde da Palmeira e a Cidade Imperial. JAC Gráfica e Editora.


_Prado, J. B. 2005. Conto, canto e encanto com a minha história... Taubaté: Cidade Educação, Cultura e Ciência. Editora NOOVHA AMERICA.


_SIMÕES, S. J. C. & BARROS, A. P. 2005. Variabilidade climática e seus efeitos na disponibilidade hídrica superficial – A Bacia do Rio Paraíba do Sul, Sudeste do Brasil. Disponível em: http://www.unizar.es/fnca/america/docu/1632.pdf. Acesso dia: 16 de outubro de 2007.